Brasiguaios pedem apoio aos vereadores para resolver diplomaticamente os conflitos agrários no Paraguai


Uma comissão de parlamentares de Foz do Iguaçu vai a Brasília se reunir com senadores para tratar da questão

Um grupo de agricultores e de vereadores de Santa Rita, cidade paraguaia distante 75 Km da fronteira com o Brasil, veio à Câmara Municipal de Foz nesta quarta-feira, 13, dar apoio aos requerimentos do vereador Hermógenes de Oliveira (PMDB). O parlamentar reiterou os pedidos ao Ministério das relações Exteriores, aos Senadores Roberto Requião e Álvaro Dias e à Ministra-chefe da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, para que tomem providências urgentes junto ao governo paraguaio para impedir a expulsão dos fazendeiros brasileiros que possuem terras no país vizinho.
O vereador Hermógenes de Oliveira definiu a situação tensa dos últimos dias em Santa Rita: "Queremos evitar um derramamento de sangue, essa ordem de despejo é um barril de pólvora e cabe ao governo brasileiro cobrar uma atitude em defesa dos nossos irmãos que têm legitimidade da terra ”, disse o vereador. Durante a sessão, foi disponibilizada a tribuna para os brasiguaios se manifestarem. 

O agricultor Adir Lui que mora há mais de 30 anos no Paraguai, desabafou: “É um pedido de socorro às autoridades, os colonos estão sendo tirados à força da própria casa, o medo toma conta das pessoas, até a minha tia foi agredida”. O vereador de Santa Rita, Lírio Gorres, responsabilizou o governo paraguaio pela situação de “terror” imposta no campo. “Só pedimos aos governantes que respeitem as propriedades privadas e não incentivem as invasões. A agricultura é a fortaleza de uma nação, queremos uma saída pacífica com a participação dos dois países”, ressaltou.

Segundo o grupo, jornalistas de Assunção que estavam cobrindo o conflito agrário, ficaram feridos hoje de manhã durante uma ação policial. Eles contam ainda que a disputa de terras começou em 1996, quando muitos paraguaios compraram títulos falsos de propriedades que já pertenciam a brasileiros. Eles teriam usado essas escrituras para fazer financiamentos e acabaram falindo bancos.

Edílio espera contar com o apoio da bancada paranaense. “Queremos agendar uma audiência pública com a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal”, disse o vereador.