Brasileiros protocolam denúncia contra agentes paraguaios


Um grupo de brasileiros esteve hoje no Ministério Público do Paraguai protocolando uma denúncia contra a fiscalização de trânsito em Ciudad Del Este. De acordo com os denunciantes, os agentes apreendem os veículos, cobram alta propina para liberar os carros e não fornecem nenhum tipo de comprovante.
Na última sexta-feira, pelo menos seis veículos de brasileiros foram apreendidos pela fiscalização de trânsito. Os condutores foram parados em blitze e obrigados a proceder o teste de bafômetro. No entanto, os brasileiros alegam que não houve a troca da piteira (bico de sopro). Todos expiraram no mesmo equipamento, coincidindo em 1,5 miligramas de álcool por litro de sangue para todos os motoristas brasileiros.
Constatado o teor alcoólico, os motoristas tiveram que conduzir seus veículos até o MP para fazer a negociação. "Se foi constatado que o teor de álcool estava muito acima do permitido, então não tinha como nós mesmos dirigir os veículos até aqui", conta Marcos Vinicius Alves Balsamo, um dos motoristas.

No local, os agentes queriam negociar a liberação. Em alguns casos solicitaram G$ 3.000.000 (três milhões de guaranies), o equivalente à cerca de R$ 1.270. Pelo menos dois motoristas pagaram 2 milhões de guaranies e conseguiram reaver o veículo.

"Por volta de 4 horas da manhã tive que pagar 2 milhões de guarani, que deu 850 reais. Tive que recorrer a amigos, paguei a multa e fui liberado, sem nenhum recibo, nenhum comprovante. Quero saber se essa é uma prática legal no Paraguai", indagou Evandro Oliveira, que conseguiu deixar o Paraguai na madrugada de sábado.
De acordo com Mauro Barreto, advogado do Consulado Brasileiro no Paraguai, o caso não é nenhuma novidade. "É uma denúncia contra o MP e  um promotor que está encarregado de fazer o controle de álcool teste dentro da cidade. Neste caso é a auditora Arminda Ribas. Já existem várias denúncias que o controle é extorsivo para benefício de alguém. Sabemos disso, mas lamentavelmente não temos prova", justificou.
Editor: Liliane Dias / Repórter: Orivaldo Dorta
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